Meu pai
Enrolava o fumo de corda
Num pedaço de papel ou palha,
E ao acendê-lo, uma labareda
lhe clareava a face,
Depois aspirava fundo pra soltar no ar em um segundo,
Fumaças dançantes fugindo em busca do céu,
Desaparecendo no ar.
Depois deixava o olhar
Perder-se em devaneios,
Vagava entremeio a recordações,
Ora doces saudades enroladas como bombons,
Saboreadas ao som do radio em cima da mesa,
Melodias que não lhe davam tristeza,
Mas que lhe faziam sorrir o coração.
E nos bons tempos de nossa meninice
Junto ao fogão,
Contava-nos causos, de sua vida,
De sua imaginação, de sua juventude,
De suas paixões, até dos seus sonhos de então,
E quando falava de assombração,
Aconchegávamos mais ao seu lado,
Pra nos sentir
abraçados pela sua proteção.
Autor
Carlos Marcos Faustino
28/09/2014 -domingo - 23h50
28/09/2014 -domingo - 23h50
Marilu Vedoveto
ResponderExcluirEra assim mesmo!
23 de abril de 2017 às 16:35
Antonio Carlos Coutinho
Antonio Carlos Coutinho Lindo lembrei do meu pai quando trabalhava na roça
23 de abril de 2017 às 17:04